sábado, 13 de novembro de 2010

PEQUI DO NORTE DE MINAS JÁ É EXPORTADO

Girleno Alencar - Sucursal de Montes Claros


Pequi em polpa

JAPONVAR – O pequi produzido no Norte de Minas está sendo comercializado em outros países, principalmente nos Estados Unidos, Itália e Portugal. A Cooperativa dos Produtores Rurais e Catadores de Pequi de Japonvar está embarcando cargas do produto para as colônias de brasileiros que moram nestes países.

O presidente da entidade, José Antônio Alves dos Santos, lembra que outros mercados estão sendo prospectados, através de parceria com o Sebrae-MG, que já marcou uma visita à Alemanha, dentro da proposta de se vender o pequi e seus derivados, como a polpa, óleo, farinha e tabletes concentrados.

“Apostar no mercado internacional é uma alternativa para manter economicamente a atividade, gerando empregos e renda”, lembra o presidente da cooperativa.


O pequi do Norte de Minas é considerado o melhor do Brasil, seja por sua polpa carnuda e também pela sua coloração forte. Atualmente, a Cooperativa de Pequi também comercializada o produto e seus derivados em todo o Estado de Minas Gerais, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e no Distrito Federal. E estuda a colocação dos produtos em novos mercados internos. Os primeiros entendimentos estão sendo mantidos com o Piauí.

Também está sendo criada a Central do Cerrado, em Brasília, reunindo todas as cooperativas extrativistas dos estados que formam o bioma Cerrado, para, a partir de Brasília, ganhar mercados em todo o país. Com 11 anos de funcionamento, a Cooperativa de Japonvar é modelo nacional na agregação de ganhos.

Atualmente, cinco toneladas de polpa de pequi estão armazenadas na usina de beneficiamento da cooperativa, em bombonas com água e sal, onde o produto pode ficar por até quatro anos. À medida que o produto é embalado nos recipientes para venda ao consumidor, são inseridos conservantes que permitem manter a qualidade do produto por dois anos até ser consumido.

A maior produtividade da cooperativa foi alcançada em 2007, quando foram beneficiadas 12 toneladas de polpa de pequi. Na safra 2009/2010, terminada recentemente, pela primeira vez desde a sua fundação, a cooperativa deixou de comprar o pequi dos catadores, devido ao grande volume estocado, praticamente no limite da unidade, e à falta de capital de giro para ampliar o estoque.


Outro impedimento que fez a cooperativa pisar no freio das compras dos catadores, segundo o presidente José Antônio, foi o atraso do pagamento pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), já que a cooperativa fornece derivados do pequi para a merenda escolar, através de um contrato no valor de R$ 380 mil, dos quais R$ 100 mil já foram entregues, mas o pagamento não foi concretizado. A Conab prometeu fazer o pagamento do valor total em março.

Além do contrato para a merenda escolar, a cooperativa de Japonvar tem um outro assinado com a Conab, no valor de R$ 120 mil, para estocar a polpa, recursos que também não foram liberados.
Desta forma, a safra 2009/2010 do pequi, que deveria terminar em março, teve seu fim antecipado, segundo José Antônio dos Santos, também pelos efeitos das mudanças climáticas, salientando que a safra, em geral, começa em outubro e prossegue até março. Só que, neste ano, ela teve início em novembro e terminou no final de janeiro, sendo difícil encontrar pequi em fevereiro. “As chuvas garantiram uma florada vigorosa aos pequizeiros, mas os frutos acabaram abortando”, explica o presidente da cooperativa.




Com uma experiência de 53 anos como catador de pequi na região, José Antônio lembra que o fruto do pequizeiro é uma fonte de renda de grande importância para Japonvar. Pelas estimativas do Sebrae-MG, os frutos do pequizeiro movimentam cerca de R$ 2 milhões em negócios nos meses da safra, sendo a principal fonte de renda do município.

O auge da produção foi na safra 2007/2008, quando se alcançou 12 toneladas de pequi beneficiados na cooperativa de Japonvar, que geraram 120 empregos diretos. Nas safras seguintes, os valores caíram para cinco toneladas por safra. A cooperativa paga, em geral, R$ 5,00 pela caixa de pequi com 30 quilos, enquanto no início da safra o produto chega a alcançar até R$ 25,00.

(*) Matéria publicada no HOJE EM DIA, edição de 21.2.2010

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